mércores, 20 de febreiro de 2019

Nonomura Ninsei, oleiro xaponés

Vista do monte Yoshino nunha tarro de chá

Ninsei (仁清) era um oleiro japonês, que viveu no período Edo, aproximadamente entre as décadas de 1640 e 1690. Ele nasceu Nonomura Seisuke, e mais tarde recebeu o primeiro nome Seiemon.

Tempos depois, por volta de 1624, inicia seus estudos em Awataguchi. Depois de se aperfeiçoar durante anos em Seto, Owari, que é a sede dos fabricantes de potes para chá, retorna a Awataguchi e começa a se empenhar nesse ofício. Exatamente nessa mesma ocasião, Kanamori Sôwa (1584–1659), o expoente máximo em chá dessa época, queria abrir uma nova olaria e procurava por um bom ceramista. Talvez possamos chamar a isso de acaso do destino, mas foi exatamente a ele que Sôwa designou para essa olaria. Seiuemon de Nonomura, Tanba = Nonomura Seiumon. Desse encontro, surgiu a olaria “Onshitsukama” em frente ao Templo Nin’na de Rakusei, e Seiuemon dedicou-se à criação de peças de cerâmica. Foi a partir desse momento que Nonomura Seiuemon passou a utilizar o nome de Ninsei, usando um selo para se identificar assim. “Ninsei” é um apelido criado a partir da combinação de “Nin” do Tempo Nin’na e o “Sei” de seu nome. “Adotando o nome de Ninsei, passou a gravá-lo nas cerâmicas”. Assim, a cerâmica de Kyoto propriamente dita começa com Ninsei.

Um pouco antes disso, por volta de 1603, quando Tokugawa Ieyasu (1542–1616) ocupou o cargo de xogum, o Sr. Nabeshima, senhor do feudo de Saga em Kyushu, foi para Kyoto e participou de uma Cerimônia do Chá com Furuta Ayabe e Kuroda Yoshitaka ou Josui (1546–1604), entre outros. Lá, ouviu o boato de que na região da Terceira Avenida de Kyoto haviam surgido cerâmicas ao estilo da cerâmica Bizen e ficou bastante irado ao perceber que a técnica de cerâmica Karatsu, produção tão valiosa de sua região, tinha sido roubada pelos ceramistas de Kyoto. Foi nesse período que os ceramistas construíram uma olaria na região de Awataguchi, próximo do sopé da Montanha Higashi que fica ao leste da Terceira Avenida.

Cerâmica Ninsei

Na cerâmica existe a porcelana jiki tôki, mas ambas são feitas de argila. A diferença está no esmalte aplicado. Entre as do tipo tôki, há a cerâmica Hagi, de cores bem claras, e a Bizen, de cores sóbrias e diversas outras colorações. No entanto, quase não se vê cerâmicas com desenhos ou estampas na superfície. Enquanto o tipo jiki, de superfície lisa, é mais fácil para aplicar desenhos e cores, o tôki, de textura especial, é altamente absorvente. A coloração não fica satisfatória com a aplicação de desenhos, de modo que é preciso apostar na cor da cerâmica. Por outro lado, o jiki, mais adequado para se colorir e desenhar, é próprio para se apreciar os desenhos e estampas, mas como a superfície é escorregadia, sua textura é simples. O tôki não é adequado para o desenho, porém sua textura possui um toque especial que o jiki não tem. Foi nesse ponto que Ninsei concentrou seu talento. Seu maior sonho era aplicar o desenho sem afetar a textura do tôki e fabricar um pote no qual o desenho sobressaísse nessa sua textura especial.

Pote das glicínias

Depois de muitas experiências malsucedidas, Ninsei teceu um plano. Fazer uma primeira queima da cerâmica, aplicar uma base de esmalte para que a superfície ficasse lisa, levar ao forno mais um pouco e aplicar o desenho. Em seguida, passar mais uma vez o esmalte e fazer uma última queima. Esse era o processo pelo qual ele teve a ideia de fabricar o pote.

O pote das glicínias

Ele tem 30 cm de altura e uma boca com 10 cm de diâmetro. Ninsei, mestre do torno, conseguiu, mesmo num pote de tão grandes dimensões, confeccioná-lo com uma espessura fina e uniforme sem prejudicar sua imponência, dando-lhe um acabamento resistente e impressão de firmeza. Queimou em cor branca apenas 5/6 do vaso a partir da boca e, dando vida à textura da cerâmica tôki, fez com que um mestre de pintura do Estilo Kanô fizesse o desenho, para então colorir com vermelho, azul, prata envelhecida, dourado e outras cores. Essa obra possui algumas peculiaridades. Primeiro, a beleza do torno de Ninsei, considerado um mestre nessa técnica. O desenho feito pelo mestre de desenho do estilo Kanô não é plano. Os cachos de glicínias são desenhados em forma de raios que começam a partir da boca do pote e estão inseridos tridimensionalmente no formato esférico do pote, mostrando-se variados quando vistos de ângulos diferentes. O mais importante é que no fundo do pote há uma inscrição pequena em formato oval, gravada com o selo de Ninsei no centro à esquerda. Ninsei foi o primeiro ceramista a gravar seu selo numa obra, prova de sua intenção em elevar a cerâmica, que era um simples utensílio do dia a dia, à categoria de obra de arte, fazendo-a, assim, renascer.

Vale lembrar que, no Japão, existem, no total, 1.037 obras classificadas como Tesouro Nacional, e, dentre elas, as peças em cerâmicas são apenas catorze. Nove delas são de produção estrangeira e apenas cinco de produção nacional, das quais duas são da autoria de Ninsei.


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