Os directores contam como em 2010 o casal viu um postal em Lisboa que achou curioso: uma fotografia a preto e branco de uma mulher com vestes negras que andava descalça numa rua.
No muro atrás dela estava fixado um cartaz meio rasgado de Sophia Loren e ao lado uma tabuleta de madeira com a palavra "Vende-se".
A autora da fotorafia era Agnês Varda, uma cineasta belga que ambos admiravam, e o cenário a Rua das Lavadeiras, na Póvoa de Varzim, em 1956. Procuraram a seguir saber quem era aquela jovem que não usava sapatos, que tinha as pernas à mostra, que carregava o prato no corpo e com o cabelo amarrado no cimo da nuca, o chamado puxo -tão comum nas mulheres da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim.
Maria do Alívio era o seu nome, e na altura da fotografia tinha 16 anos.
Sabia Agnès Varda o poder da fotografia que tinha entre as mãos? Os autores do documentário estão convencidos de que ela sabia: "Ela tem uma cápsula onde guarda as peças mais importantes da sua vida, e a fotografia de Maria do Alívio é uma delas", afirma Morag Brennan.
Publico.pt (20.05.2017)
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